bate-bola

As melhores entrevistas do basquete feminino no Brasil

quinta-feira, junho 14, 2007

Silvinha Luz

A Assistência é com uma das maiores jogadoras da nova geração do basquete feminino brasileiro: Sílvia Andrea dos Santos Luz, a Silvinha, jogadora do Mangueira/Paraná e da seleção brasileira de basquete (há 7 anos). Ala, 25 anos, 1,74m, 66 Kg, natural de Araçatuba. Duas vezes medalhista olímpica (96 - prata e 00 - bronze). Um Mundial (98- quarto lugar). Duas Copas Américas (93 - prata e 97 - ouro). Tricampeã sul-americana (93, 95 e 97).


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Você já deve ter contado essa história 'n' vezes. Mas vale a pena ouvir de novo. Como a família Luz se envolveu progressivamente com o basquete?

Meu pai sempre esteve envolvido no esporte especificamente com basquete.

Fomos influenciadas mas ao mesmo tempo tivemos a oportunidade de praticar outros esportes como a natação e o atletismo.

Cada uma fez sua escolha.

Nos tradicionais confrontos, você se descabelava pela Paula ou pela Hortência?



Em casa era a Helen torcendo para o time da Hortência,e eu e a Cíntia para o time da Paula.

Como foi jogar ao lado da Paula, depois ao lado de Paula e Hortência e por último só com a Hortência na Nossa Caixa Ponte Preta/Campinas?



Foi uma honra poder jogar e aprender com as duas maiores atletas do mundo.Além de atletas são pessoas maravilhosas.

Nos tempos em que a Cíntia andava por Araçatuba e Santo André e depois quando a Helen foi para o Arcor/Santo André: como era encarar as próprias irmãs?


Nunca joguei em nenhum clube sozinha.Sempre uma das duas estavam cuidando de mim.Mas sempre teremos que defender nosso clube da melhor maneira possível.Sempre torcendo para que a outra estivesse muito bem.

Quais são as principais diferenças na quadra e na vida entre as três irmãs Luz?


Somos diferentes em todos os sentidos.Cada uma tem um gênio,cada uma vive de uma maneira diferente sempre nos respeitando muito e nos querendo muito bem.

Seu pai vem fazendo um trabalho modesto, mas digno em Araçatuba. Rola uma certa 'peninha' quando vocês três aplicam uma derrota no Toledo?


A vida dele é em função do basquete.Não consigo imaginar meu pai longe disso.Sua dedicação é imensa.

Sua condição é precária mas o amor o impulsiona a continuar.Trabalhamos todos os dias e temos que defender nossa equipe independente do adversário.

A maioria das atletas brasileiras vem se rendendo a WNBA. Você pensa nisso? Já recebeu algum convite para jogar fora?


Não recebi nenhum convite mas seria um desafio muito grande.

Você já esteve no Rio, defendendo o Fluminense. Como está sendo esse retorno e a integração à Mangueira?



Ter participado de um clube de futebol como o Fluminense foi ótimo,com vitórias melhor ainda.Tivemos que matar um leão por dia para conquistarmos tudo e todos.Na Mangueira já existe um projeto social e está sendo muito importante contribuir com esta estrutura maravilhosa.Fora que esta cidade realmente é maravilhosa.


Como você tem encarado o Campeonato Carioca, no qual os adversários não conseguem se igualar a força de vocês e do Vasco? Você não teme que depois o time esteja fora de ritmo no nacional, já que as equipes paulistas estão enfrentando jogos mais parelhos?

Com certeza sentiremos o ritmo do jogo duro.Mas o campeonato é de extrema importância para nossa modalidade e sem dúvida estaremos contribuindo para o amanhã.

A base do Paraná é a mesma há muito tempo e esse é um dos trunfos do time, mas agora a equipe perdeu Vicky e Vedrana, que já estavam encaixadas no esquema da equipe. Em alguns momentos o time sente a ausência delas? Como está sendo a adaptação da Adrianne e da Muriel?

Jogadoras de alto nível sempre farão falta em qualquer equipe.Hoje nossa equipe tem outra maneira de jogar e a adaptação vem com o tempo.

Como foi a primeira partida contra o Vasco? Dá pra vencê-las na próxima?


Perdemos de uma grande equipe.Estamos nos dedicando muito para a volta.

O que significou pra você o bronze nas Olimpíadas?


Foi a conquista da superação.Uma medalha valiosa para sempre.

Como você avaliou sua participação nos Jogos?



Foi um dos piores campeonatos que já fiz.Não consegui desenvolver meu jogo,mas de alguma forma contribuí para esta conquista.O eu deve ser deixado de lado.

Que diferenças você encontra na sua participação na prata olímpica (Atlanta, 1996) e neste bronze (Sydney, 2000)? Você pontuou menos nesses jogos. Por quê?


Foram momentos diferentes que só me fez crescer como atleta e principalmente como pessoa.

Quais são seus planos imediatos em relação ao Mangueira-Paraná? E em relação à seleção?


Quero a conquistar o carioca pela Mangueira e o Nacional pelo Paraná.Sempre estarei a disposição da seleção tentando fazer meu máximo para dar muitas alegrias ao meu País.



O Bate-Bola do Painel para encerrar:

O jogo que eu não esqueço:

Final do Nacional 98 contra o BCN pelo Fluminense.

O jogo que eu tento esquecer e não consigo:

O último que perdi.

Um time:

Corinthians.

Um campeonato:

Olímpico.

Um(a) técnico(a):

Meu atual,Vendramini.

Uma colega:


Não só colegas mas amigas, minhas irmãs.

Uma estrangeira:

Vicky Bullet.

Uma quadra:

Todas que nos proporcionam desenvolver um bom trabalho.

Uma revelação:

Silvinha da Unimed Americana.

A bola que eu chutei e caiu:

As que quase nunca fazemos; do meio da quadra.

A bola que eu chutei e não caiu:

Depois de um jogo sempre me lembro das cestas que não fiz.

Uma marcadora implacável:

O time Norte Americano.



Obrigado pelo papo e toda a sorte do mundo para os próximos desafios.


Foi um prazer participar e sempre estarei a disposição.

Um beijo à todos,com carinho