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As melhores entrevistas do basquete feminino no Brasil

quinta-feira, junho 14, 2007

Grego

O presidente da Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) comparece à Assistência e fala dos planos para o próximo Campeonato Nacional, do ranqueamento, do bronze olímpico, televisionamento, Karina e muito mais.



1. A maioria dos fãs do basquete o conhece como presidente da CBB. Mas, como se deu seu envolvimento com o esporte? O Sr. Já jogou?


Iniciei a pratica do basquete com 10 anos, na escola pública ainda em Atenas, na Grécia. Depois, no Brasil, onde cheguei com 12 anos, joguei basquete em Nova Friburgo, Sírio Libanes, América, Tijuca, Botafogo. Fui diretor e vice-presidente do Botafogo, e em 1982 entrei para a Federeção de Basquetebol do Estado do Rio de Janeiro, como vice-presidente técnico. Presidi a Feberj de 1985 a 1997, quando fui eleito para presidir a Confederação Brasileira de Basketball.

2. Como o Sr. avaliou o bronze da seleção brasileira de basquete feminino em Sydney?


Essa Medalha de Bronze Olímpica para o basquetebol brasileiro valeu Ouro, considerando o potencial das equipes que ficaram na nossa frente: os Estados Unidos, pelo trabalho desenvolvido, e Austrália, que por 10 anos se preparou para essa competição, com recursos enormes. Portanto, estamos muito orgulhosos com a terceira colocação.

3. Houve uma cobrança muito grande durante ao Jogos Olímpicos por uma participação mais regular da seleção brasileira. A que o Sr. atribui as instabilidade durante o torneio?


Em Sydney tivemos uma seleção mesclada de juventude e experiência, mas temos que considerar o nível técnico muito elevado dos outros países, além do peso e pressão psicológica de uma Olimpíada com tamanha repercussão.

4. Muitos defendem que o comando técnico da seleção poderia ser renovado. O Sr. pretende manter a atual comissão técnica, capitaneada por Antonio Carlos Barbosa?


Claro, o trabalho além dos resultados alcançados, é de agrado da comunidade do basquetebol.

5. Ainda há um anseio muito grande por renovação. Nesse sentido não seria interessante a criação de uma seleção B para que o universo de jogadoras com experiência internacional se ampliasse ?


Durante a temporada de 1999 e 2000 existiu essa seleção B que participou de diversas competições internacionais de alto nível técnico como o excursão à Austrália, os torneios nos Estados Unidos e Europa.

6. Quais são os planos da CBB para os próximos anos em relação às seleções femininas, tanto adulta como das categorias menores?


A seleção juvenil participará do Campeonato Mundial, em julho, na República Tcheca, e terá uma preparação internacional muito intensa. A seleção principal participará do Campeonato Sul-Americano em junho, no Peru, e da Copa América (Pré-Mundial/2002), em setembro, no Brasil.


7. O Sr. como Presidente da CBB, tem alguma opinião formada sobre a necessidade de um trabalho psicológico dentro de uma equipe ou acha que é uma decisão que só diz respeito à comissão técnica?


Numa Comissão Técnica completa e competente, entre todas as suas funções, trabalha também o lado psicológico. Somos à favor de que nada falte para a equipe, e a solicitação da inclusão de um psicólogo no grupo deve partir dos profissionais que integram a comissão técnica, sem imposição da CBB.

8. Quais eventos internacionais a CBB pensa em trazer para o território brasileiro? Podemos pensar em sediar um Mundial aqui?


Em 2001 vamos sediar a Copa América (Pré-Mundial). Mas, estamos distantes de sediar um Campeonato Mundial, única e exclusivamente por falta de instalações adequadas para um evento desse nível.

9. Quanto às categorias menores, como a CBB tem se organizado para possibilitar a revelação de nomes novos e privilegiar o trabalho de base ?


Desde junho de 1997, estamos realizando 20 campeonatos de base (cadete-15/16 anos, juvenil-17/18 anos, Sub-21-19/21 anos), feminino e masculino, anualmente. Acreditamos que desse trabalho surgirão e já estão surgindo novas estrelas do basquetebol.

10. Em relação aos clubes, já estão definidas as linhas gerais da quarta edição do Nacional Feminino? Quantas vagas para cada estado? Qual o número total de participantes? A duração do torneio será alongada?


Já está tudo pronto para a 4ª edição do Campeonato Nacional Feminino/2001. Teremos a participação de oito equipes distribuidas dessa forma: São Paulo terá quatro vagas, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco terão um representante cada.

11. Já estão definidas as normas do ranqueamento para a temporada? Quais são as alterações em relação aos anos anteriores? Como conciliar o ranqueamento sem gerar desemprego?


O ranqueamento já foi definido e será publicado nos próximos dias. Temos certeza absoluta que ele só trará benefícios para o basquete feminino porque foi feito com essa finalidade.

12. A CBB se prestaria a agir como fizeram as federações paulista e carioca, favorecendo a contratação de atletas estrangeiras por times menores?


A CBB, pela sua própria diretriz, apoia e ajuda as federações estaduais e os clubes, da seguinte forma: envio de bolas, uniformes, transporte aéreo e terrestre, hospedam, alimentação, estatística, arbitragem, premiação, divulgação e marketing. Mas entendemos que foi uma ótima iniciativa das federações, tanto do Rio como de São Paulo, em proporcionar a vinda de atletas estrangeiras, fortalecendo e valorizando suas competições.

13. O televisionamento é parte fundamental da estratégia de massificação de um esporte. Há possibilidade que a quarta edição do CNBF seja transmitida por canais abertos, como foram a primeira e a terceira edições?


Continuamos com o nosso canal campeão, o SPORTV, que transmitirá um número recorde de jogos, tanto do feminino, como do masculino. E, estamos trabalhando com afinco para que uma ou duas Tvs abertas transmitam basquete.

14. A realização de eventos internacionais é sempre bem-vinda. Antes da sua gestão, essa era uma deficiência evidente do nosso basquete, e a realização de Mundiais Interclubes supriu essa carência. Nesse sentido, a CBB pretende se esforçar para que o país continue a sediar edições do Mundial Interclubes de Basquete Feminino?


Claro, não só os Interclubes, mas todos os tipos de competição que pudermos. Toda oportunidade que tivermos, não pensaremos duas vezes.



15. Estão esgotadas as probabilidades para que a jogadora Karina Rodrigues defende a seleção nacional?


Lamentavelmente as probabilidades foram totalmente esgotadas. Falamos pessoalmente com o Secretário Geral da Fiba, que mostrou-nos que não existe num caminho para a liberação da Karina, de acordo com o regulamento vigente da entidade.



16. Como o Sr. encara a ação que vem sendo movida pela atleta Leila Sobral contra a Comitê Olímpico Brasileiro (COB)?


Sempre fui contrario a esse tipo de atitude. Acredito que a conversa resolve todos os problemas, e espero que isso ainda aconteça entre a Leila e o COB.